Na década das mutações, o Oscar premiou tanto o convencional (O Maior Espetáculo da Terra) quanto as novidades (Sindicato de Ladrões). Grandes filmes venceram, outros grandes foram indicados. Um certo James Dean conseguiu duas indicações e não viveu para desfrutá-las. Um astro negro chamado Sidney Poitier conquistou seu espaço e, da Itália, Fellini ganhou o prêmio de melhor filme estrangeiro duas vezes nessa mesma década. Em anos de disputa acirrada, como 1950 e 1951, filmes como Crepúsculo dos Deuses e Um Lugar ao Sol não conseguiram a estatueta principal.
10) Depois do Vendaval, de John Ford (1952)
A Irlanda dos sonhos de Ford brilha. O filme tem cenas extraordinárias, como aquela em que John Wayne beija a bela e indomada Maureen O’Hara em meio à tempestade. O casal funciona à perfeição. A diversão é garantida.
Ganhador de melhor filme naquela edição: O Maior Espetáculo da Terra
9) 12 Homens e uma Sentença, de Sidney Lumet (1957)
Em seu primeiro filme, Lumet coloca o espectador em sala fechada, palco para o desespero de alguns homens, também para a consciência de outros. Henry Fonda em grande forma como o herói discreto.
Ganhador de melhor filme naquela edição: A Ponte do Rio Kwai
8) Os Brutos Também Amam, de George Stevens (1953)
Os gritos do garoto Brandon De Wilde entraram para a História: é a hora da despedida de Shane (Alan Ladd), quando segue ao infinito e se torna mito. Um dos faroestes mais famosos e queridos de Hollywood.
Ganhador de melhor filme naquela edição: A um Passo da Eternidade
7) Matar ou Morrer, de Fred Zinnemann (1952)
Os pistoleiros da abertura, ao som de “High Noon”, anunciam o conflito: nessa história contada em tempo real, eles juntam-se a um bandido saído da cadeia para tentar encurralar um xerife honesto (Gary Cooper).
Ganhador de melhor filme naquela edição: O Maior Espetáculo da Terra
6) Férias de Amor, de Joshua Logan (1955)
A conexão do casal formado por William Holden e Kim Novak é instantânea. Na pequena cidade, ele é o desajustado de passagem; ela, a bela à espera do amor. A dança protagonizado por ambos é um dos pontos altos.
Ganhador de melhor filme naquela edição: Marty
5) Moulin Rouge, de John Huston (1952)
Menos lembrada que a versão de Baz Luhrmann, a obra de Huston é maior e se concentra na figura do pintor Henri de Toulouse-Lautrec (José Ferrer). Colorido belíssimo e excelentes atuações. Merece ser mais lembrado.
Ganhador de melhor filme naquela edição: O Maior Espetáculo da Terra
4) Anatomia de um Crime, de Otto Preminger (1959)
O pacato advogado de James Stewart confronta o afiado George C. Scott e, fora dali, tem de resistir aos flertes da dama vivida por Lee Remick. Preminger era um mestre. Eis um dos melhores filmes de tribunal.
Ganhador de melhor filme naquela edição: Ben-Hur
3) Um Lugar ao Sol, de George Stevens (1951)
Tão próximos, Montgomery Clift e Elizabeth Taylor são jovens arrebatados pela aproximação do instante, pela paixão, depois pelo amor – donos de uma história trágica, e com alguns dos beijos mais famosos do cinema.
Ganhador de melhor filme naquela edição: Sinfonia de Paris
2) Uma Rua Chamada Pecado, de Elia Kazan (1951)
Brando – jovem e indomável – grita e investe sua fúria contra a frágil personagem de Vivien Leigh, sob a batuta de Kazan, da famosa peça Tennessee Williams. Três membros do elenco levaram o Oscar.
Ganhador de melhor filme naquela edição: Sinfonia de Paris
1) Crepúsculo dos Deuses, de Billy Wilder (1950)
Talvez o maior filme sobre o cinema. Começa com um homem morto em uma piscina e termina com sua assassina – presa à fantasia – pedindo por seu close-up. Wilder poucas vezes foi tão ácido. Esta é sua obra máxima.
Ganhador de melhor filme naquela edição: A Malvada
Veja também:
Os dez melhores filmes indicados ao Oscar que não venceram o prêmio (nos anos 1940)