Alguns filmes foram feitos para incomodar. Para fazer virar o rosto, para provocar repulsa. Alguns diretores, por sua vez, têm feito do mal-estar sua marca registrada. A lista abaixo traz dez filmes que – uns mais, outros menos – não deixarão o espectador indiferente. Nem por isso eles devem ser considerados apenas violentos, apelativos ou gratuitos. São obras de qualidade, e com muito a oferecer.
Caché, de Michael Haneke
Um apresentador de televisão recebe fitas de vídeo ameaçadoras, com imagens de sua própria casa, e resolve investigar o caso.
Batalha no Céu, de Carlos Reygadas
A estranha relação entre uma menina que se prostitui por diversão e um motorista impassível. Obra mostra força do cinema de Reygadas.
3 Macacos, de Nuri Bilge Ceylan
Político influente mata uma pessoa em acidente de carro e pede que seu empregado assuma a culpa. O mesmo político manterá um caso com a mulher do outro homem.
O Lar, de Ursula Méier
A chegada de uma estrada muda o cotidiano de uma família, que tenta se “defender” dos efeitos do progresso e do barulho do mundo moderno.
Kinatay, de Brillante Mendoza
Em noite infernal, rapaz acompanha um grupo de assassinos, quando este resolve matar uma prostituta. Valeu ao diretor o prêmio de direção em Cannes.
Minha Felicidade, de Sergey Loznitsa
A cada parada, caminhoneiro conhece diferentes pessoas em uma Rússia rural e violenta. Filme também explora a história do país, com encerramento eletrizante.
Submarino, de Thomas Vinterberg
Quando crianças, dois irmãos vivem com os problemas da mãe alcoólatra e deixam que um bebê morra acidentalmente. Adultos, esses homens têm de se confrontar.
Michael, de Markus Schleinzer
O cotidiano de um pedófilo de 35 anos que aprisiona uma criança em sua casa. Antes de estrear na direção, Schleinzer foi diretor de elenco em filmes de Haneke.
Heli, de Amat Escalante
Por causa de uma porção de drogas, rapaz e sua irmã são sequestrados e torturados por bandidos mexicanos. As sequências de tortura são radicais.
Miss Violence, de Alexandros Avranas
Mais uma pancada do cinema grego, que também trouxe o forte Dente Canino. Aqui, vê-se o pai que abusa das filhas, em um filme que já começa com suicídio.