Nos tempos de Vive-se Uma Só Vez e Amarga Esperança, o crime e a aventura ainda se justificavam com gestos de amor. O casamento rondava a vida das personagens e o crime como prazer demoraria a chegar.
Chegaria, depois, na rabeira da contracultura, como desejo, como saída àquela mesmice de vida que as personagens de Bonnie & Clyde – Uma Rajada de Balas negavam, em um marco estadunidense responsável por sacudir as bases da indústria. Era a Nova Hollywood.
Claro que Mortalmente Perigosa ajudou a abrir as portas. A juventude, pouco a pouco, ganhava forma, jeito e fúria – passava a ditar as maneiras e manias desses pistoleiros, em uma América maluca por armas. O filme de Joseph H. Lewis já tinha, 50 anos antes, mensagens mais poderosas para entender esse fascínio do que o famoso documentário de Michael Moore.
Com Bonnie & Clyde chega o sexo, ou seu reverso: a impotência. A mulher ganha protagonismo definitivo e, ainda assim, não esconde o amor louco. Abaixo, uma lista que vai do clássico de Fritz Lang ao belo e provocador trabalho de Marcelo Piñeyro.
Vive-se Uma Só Vez, de Fritz Lang
Amarga Esperança, de Nicholas Ray
Mortalmente Perigosa, de Joseph H. Lewis
O Demônio das Onze Horas, de Jean-Luc Godard
Bonnie & Clyde – Uma Rajada de Balas, de Arthur Penn
Terra de Ninguém, de Terrence Malick
Renegados Até a Última Rajada, de Robert Altman
Drugstore Cowboy, de Gus Van Sant
Assassinos Por Natureza, de Oliver Stone
Plata Quemada, de Marcelo Piñeyro